quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Agora sim!

Patrícia Telles

Com a saída antecipada de Isaac Carvalho (P CdoB) da entrevista, os candidatos Roberto Carlos (PDT) e Wank Medrado (PRP) se sentiram mais à vontade para elogiar um ao outro, já que não podiam mais atacar o candidato da vez.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Perguntas

Jota Menezes

Elogiado pelos participantes o conteúdo das perguntas. Uma característica da coletiva foi evitar os ataques desnecessários que só fazem prejudicar o evento. As perguntas foram feitas levando em conta às idéias e não discussões improdutivas.

Mexer nas regras

Jota Menezes

Em debates sérios não pode haver improvisos ou qualquer tipo denegociação que venha a prejudicar a credibilidade do evento. Assessores de dois candidatos tentaram sugerir que a ausência deles (o dia de cada candidato foi definido em sorteio com os assessores) fosse compensada no segundo dia, quando os outros três candidatos teriam a sua oportunidade de apresentar propostas de governo. Acoordenação do debate mostrou as regras aprovados por eles, em seguinde disse um sonoro "NÃO" e preservou a seriedade do evento.

Candidatos não falham e aparecem para a entrevista

Germano Xavier e Ecliz Rodrigues

O auditório da Universidade do Estado da Bahia – UNEB/Campus Juazeiro - ficou lotado no segundo e último dia (21/08) da rodada de entrevistas com os candidatos ao cargo de prefeito da cidade de Juazeiro, situada ao norte do estado. Isaac Carvalho (PCdoB), Wank Medrado (PRP) e Roberto Carlos (PDT), sorteados para o dia, estiveram presentes e ao evento organizado pelos alunos do 8º período do curso de Comunicação Social/Habilitação Jornalismo em Multimeios, sob a orientação da professora Teresa Leonel.

Seguindo os mesmos ditames do dia inicial, foram lidas as regras da entrevista e logo após a palavra dos mediadores foi o candidato Wank Medrado, primeiro a se pronunciar pela ordem do sorteio, começou sua retórica. Na seqüência, Isaac Carvalho e, por fim, pelo candidato Roberto Carlos. Em 15 minutos, para cada um, os prefeituráveis tiveram a oportunidade de explanar suas plataformas de governo para gerir a cidade de Juazeiro.

O público esteve presente e lotou o recinto. As populações acadêmicas e do bairro São Geraldo, assim como militantes dos diversos partidos políticos, participaram com uma bateria de perguntas direcionadas aos três candidatos. Temas como educação, transporte, saúde, emprego e alimentação foram os mais questionados. Perto do fim, o candidato Isaac Carvalho teve de deixar o auditório, em função de um outro compromisso de campanha, levando consigo uma massa de ouvintes.

Nas respostas, os três mostraram desenvoltura na hora de explicar para platéia, alguns mais enfáticos e teatrais, outros mais inibidos. O evento se deu com poucas surpresas, transcorrendo com bastante tranqüilidade. A Coletiva 2008 foi realizada em dois dias, tendo registradas as ausências no dia 20/08 dos candidatos Joseph Bandeira (PT), e Misael Aguillar (PMDB) e a presença de Pedrina Ribeiro ( PSol), todos sorteados para o primeiro dia.

Criança a bordo

Germano Xavier

Foi marcante a presença de mulheres grávidas ou acompanhadas de seus pequenos rebentos no segundo dia da coletiva com os candidatos a prefeito de Juazeiro/BA. O auditório do DTCS/UNEB foi pequeno. Sinal de crescimento populacional, o que vai demandar esforços cada vez maiores da próxima administração. Atender a todos de forma justa e igualitária é a ordem para o próximo mandato.

Pesquisa publicada no Gazzeta é questionada na coletiva

Por Gisele Sá e Sheila Gomes

Os candidatos Wank Medrado (PRP), Roberto Carlos (PDT) e Isaac Carvalho (PCdoB) participaram do segundo dia da coletiva (21/08) no auditório da UNEB. O espaço foi pequeno para estudantes, comunidade e militantes partidários que acompanharam atentamente a exposição das propostas dos candidatos e as respostas dos mesmos durantes duas horas e quarenta e cinco minutos de entrevista.

Uma polêmica foi gerada devido ao questionamento sobre a validade da pesquisa publicada no jornal Gazzeta do São Francisco, na ultima semana, em que o candidato Isaac estava à frente na preferência do eleitor, com 44% das intenções de voto. Rapidamente, todos responderam que se a pesquisa for considerada ilegítima, o responsável por sua realização e divulgação receberá a devida punição.

Para garantir maior apoio durante a entrevista, os candidatos trouxeram de “casa” seus correligionários e parceiros políticos “vestidos” de adesivos propagandistas. Aqueles que levaram bandeiras e panfletos tiveram sua entrada barrada pela organização do evento para evitar transtornos e conflitos.

Dos três que participaram da segunda etapa de entrevistas, apenas Wank é juazeirense. Isaac Carvalho, apesar de ser natural de Petrolândia/ PE, mora em Juazeiro desde um ano de idade e Roberto Carlos é de Uauá/BA.

Durante a apresentação das propostas de governo, houve comparações do Brasil com outros países, relatos autobiográficos, compromissos para o desenvolvimento da cidade e melhorias para a qualidade de vida da população. Embora o tempo destinado para as propostas tenha sido limitado há 15 minutos, as dúvidas e os esclarecimentos quanto a vida dos candidatos e plataforma política, puderam ser sanados na rodada de perguntas feitas pelo público que participou efetivamente.

Ao serem perguntados quanto às atividades que seriam promovidas na área de cultura, infra-estrutura e educação, as respostas foram comuns: descentralização da prefeitura visando à participação da comunidade e parcerias com os governos estadual e federal.

No que diz respeito à relação com a Universidade do Estado da Bahia e seus estudantes, o assunto tomou o rumo da educação como prioridade e do primeiro emprego, em órgãos públicos ou apoio técnico a pequenos agricultores, além do incentivo a geração de renda na cidade.

Nos dois dias da coletiva, a comunidade obteve informações sobre o projeto de governo de cada candidato para município a partir do próximo ano. O evento pode contribuir com o exercício da democracia na cidade e culminou na aproximação entre quatro dos seis candidatos e cerca de 500 pessoas da comunidade.

Wank, Isaac e Roberto Carlos discutiram propostas de governo, no 2o dia da coletiva na UNEB


Natália Aguiar

Os candidatos à prefeitura de Juazeiro Wank Medrado (PRP) da coligação “ A mudança de verdade”, Isaac Carvalho da coligação (PCdoB) “Pra mudar Juazeiro” e Roberto Carlos (PDT) da coligação “Mudança, ética e cidadania”, estiveram presentes nesta quinta-feira, 21, no segundo dia da entrevista coletiva realizada na UNEB. O evento que foi organizado pelos alunos do 8º período do curso de Comunicação Social, Jornalismo em Multimeios, aconteceu durante toda a tarde e contou com a participação da comunidade acadêmica e da população em geral.

Antes do início da coletiva, cada candidato respeitando as normas e regras, apresentou, durante 15 minutos, suas propostas e programas de governo. Saúde, educação, cultura, transporte público, geração de emprego, agricultura, entre outros, foram temas abordados pelos postulantes ao cargo de prefeito.

Finalizada as apresentações e propostas de governo foi iniciada a coletiva propriamente dita. Perguntas feitas por papel ou microfone, eram direcionadas aos candidatos indicados. Estes tinham um tempo de 1 minuto e 30 segundos para responder os questionamentos a eles direcionados.

Por ordem de sorteio Wank Medrado foi o primeiro a apresentar suas propostas. Na saúde ressaltou a importância da Policlínica, a central de marcação de consultas, como alternativa para a agilização e a desburocratização dos atendimentos das consultas médicas. Como professor universitário, falou de educação, onde prioriza o trabalho de qualificação do profissional da área, para que o nível do ensino possa melhorar e, destacou a valorização da cultura local como uma das prioridades de seu governo, caso seja eleito prefeito de Juazeiro.

Formado em administração de empresas, Isaac Carvalho ou “Isaac da Juagro”, como é conhecido, depois de contar sua história de vida como filho de produtor rural, disse que ao andar pelos “quatro cantos” de Juazeiro, pôde analisar a realidade em que o município se encontra. “O descaso é um só e cada vez mais isto nos motiva a trabalhar, porque a gente vê o abandono no qual se encontra a cidade e a população”, afirmou.

O candidato também ressaltou a situação precária da saúde municipal, verificada em suas visitas a postos de saúde, constatando o abandono desses locais por parte da gestão atual. Isaac ainda afirmou que a sua política é diferente e nova, profissionalizada e que respeita o cidadão juazeirense. A política que vigora no município foi destacada em seu discurso, como algo desunido e que é tratada com ofensas de forma suja. “O povo de Juazeiro não merece isso. O povo de Juazeiro quer proposta, quer ver sugestões que traga melhoria social, econômica”. Segundo ele, propostas que gerem emprego, que melhorem a saúde da população sem agredir moralmente os demais.

Assim como Isaac, o candidato Roberto Carlos também contou um pouco de sua história como camelô e depois como político e se orgulha em dizer que hoje é o vice-presidente da Assembléia Legislativa. Ao explanar seu projeto de governo afirmou que está pronto para governar a cidade de Juazeiro. Investimento na geração de empregos com a criação do SIM, Sistema de Intermediação de Mão-de-Obra, é vista pelo candidato como alternativa para o fim da violência. Roberto Carlos ressaltou que é preciso buscar parcerias com os governos estadual e federal, para que a saúde e a educação municipal melhorem.

O auditório da UNEB ficou pequeno para tanta gente: estiveram presentes eleitores ou simplesmente curiosos, mas todos interessados em saber o quê e como pensam os candidatos à prefeitura de Juazeiro.

Militância de plantão

Por Lidiane Cavalcante

Ao sair do auditório antes do término da entrevista coletiva, às 17h05min, o candidato Isaac Carvalho (PCdoB) levou consigo grande parte da platéia. Ficou visível que os aplausos agitados direcionados ao candidato vinham de seus correligionários e familiares.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Quem é você?

Jota Menezes

Alguns participantes na platéia tentaram fazer perguntas sem assinaros papéis distribuídos pela coordenação. A mesa chamou a atenção e aparticipação direta pelo microfone aumentou.

Vinte e cinco vozes diferentes?

Por Juliana Pires

Perguntado sobre suas propostas para a área de Cultura se eleito prefeito de Juazeiro, Wank Medrado (PRP), enaltece a importância de políticas públicas de fomento a atividades culturais na cidade e ressalta: “Eu, inclusive, já fiz um programa de rádio e imito até 25 vozes diferentes”. Sim...e daí?

Alfinetadas

Por Natália Aguiar

Num tom um tanto quanto irônico, os candidatos presentes no segundo dia da coletiva da UNEB não perderam a oportunidade de alfinetadas sobre a ausência à coletiva no dia anterior (20/08) dos candidatos Joseph Bandeira (PT) e Misael Aguillar (PMDB). O destaque da alfinetada foi a falta de compromisso e respeito dos ausentes com a instituição. O discurso girou em todo de “quem quiser que eleja suas prioridades”.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Publico participa do 2º dia de coletiva

O segundo dia de entrevistas com os candidatos à prefeitura de Juazeiro foi marcado pela participação de estudantes, professores e a comunidade, que lotaram o auditório da UNEB, nesta quinta-feira (21). Estiveram presentes os candidatos sorteados do dia, Wank Medrado (PRP), Isaac Carvalho (PC do B) e Roberto Carlos (PDT), que apresentaram as suas plataformas de governo, e responderam aos questionamentos dos eleitores presentes.

Como definido em sorteio no dia 31 de julho, o primeiro prefeiturável a se apresentar foi Wank Medrado que falou da importância desse ato democrático para a população, não deixando de atingir os candidatos faltosos do dia anterior. Usou os seus 15 minutos de exposição para falar de suas propostas para a cidade de Juazeiro, considerando como prioridades de sua campanha a saúde, educação e cultura. Com um discurso firme, propôs mudança e melhorias em cada um desses setores, como valorização dos trabalhadores da saúde e educação, e o incentivo à divulgação da cultura juazeirense.

O prefeiturável Isaac Carvalho intercalou sua fala com o relato de sua em vida pessoal e profissional e a sua entrada para a política de Juazeiro. Apenas um ano filiado ao Partido Comunista do Brasil, Isaac falou sobre a construção do seu projeto de governo que, segundo o candidato, foi elaborado junto às comunidades que visitou. Como plataforma de campanha, destacou apenas o seu interesse em descentralizar a prefeitura, com um modelo de administração popular.

Com um discurso biográfico, Roberto Carlos se ateve a falar apenas da sua vida e da sua trajetória política como vereador de Juazeiro e deputado estadual. Usou seus 15 minutos de apresentação com relatos dos seus momentos difíceis desde que entrou na política, esgotando o seu tempo sem apresentar as propostas de campanha.

Apesar de adversários, durante toda a coletiva os prefeituráveis mantiveram uma relação de respeito, sem ofensas diretas, apresentando em conjunto um desejo de mudar a realidade de Juazeiro. Todo o evento serviu para que os eleitores de juazeiro conhecessem os candidatos e suas propostas, para que no dia cinco de outubro possam, definitivamente, exercerem o seu direito à democracia.

Por Michele Albuquerque

Candidatos se unem pelo discurso da mudança



Por Lidmillie de Castro e Juliana Pires

O segundo dia da coletiva, 21/08, trouxe os candidatos Isaac Carvalho (PC do B), Roberto Carlos (PDT) e Wank Medrado (PRP) unidos em um mesmo discurso: mudar Juazeiro.

Dessa vez, todos os candidatos compareceram para apresentar suas propostas de administração para a cidade e responderam às perguntas do público. O Auditório Antônio Carlos Magalhães, da UNEB, ficou cheio, principalmente de militantes, que, apesar das palmas calorosas, respeitaram as regras do evento e evitaram manifestações de apoio para manter a ordem no local.

Os candidatos foram convidados a expor seus planos de governo resumidamente em quinze minutos. Com um discurso enfático e proposital, Wank Medrado apontou algumas propostas respaldadas pela eloqüência que a formação em Direito lhe favorece. Isaac Carvalho e Roberto Carlos gastaram quase todo o tempo para expor os seus planos com o relato de suas vidas.

O tempo esgotou e pouco se ouviu sobre projetos que pudessem mudar Juazeiro. Aberto o espaço para as perguntas, os candidatos ressaltaram a importância do evento dentro da universidade e comentaram a ausência de alguns concorrentes no dia anterior (20/08).

Mais uma vez, a relação distancia entre a prefeitura e a universidade foi questionada pelos estudantes que apontaram a importância de um vínculo maior já que, muitos pretendem exercer as futuras profissões na cidade.

A professora Teresa Leonel e o estudante Marcos Vinícius presidiram a mesa do evento que terminou às 18 horas. O candidato Isaac Carvalho, que já havia comunicado anteriormente sobre uma entrevista na TV local, retirou-se antes do término da coletiva, enquanto os outros dois continuaram a responder as questões.

O evento foi esclarecedor para a população e para os estudantes uma experiência e tanto. Para os organizadores foi um desafio juntar candidatos num mesmo espaço sem que haja problemas entre eles. O saldo foi positivo.

Em setembro, estudantes de outra turma do curso de Jornalismo, sob a coordenação da professora Andréa Cristiana, pretendem realizar um debate com os candidatos também no auditório da UNEB. As regras serão diferentes e a discussão estará bem mais próxima do dia das eleições.

Que soninho....


No segundo dia, em meio a coletiva acalorada, ainda sobra um tempinho para uma soneca.
Inês Guimarães

Wank, Isaac e Roberto Carlos comparecem ao último dia da coletiva na UNEB


Por Micael Benaic e Lidiane Cavalcante

Programas de incentivo ao primeiro emprego, abertura de ruas e avenidas. Essas são algumas das propostas dos três candidatos a prefeito de Juazeiro, Wank Medrado (PRP), Isaac da Juagro (PC do B) e Roberto Carlos (PDT), que também falaram de questões referentes às bases sócio-econômicas da cidade durante o segundo dia (21) da entrevista coletiva promovida pelos estudantes do curso de jornalismo da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).

Os postulantes à cadeira de chefe do Executivo municipal ainda prometeram criar parcerias entre a prefeitura e a UNEB, incentivo ao pequeno e médio trabalhador rural, assim como regularizar a situação dos motoboys.

Também expostos temas relacionados à saúde, educação e inclusão social, com ênfase nos efeitos que políticas públicas podem proporcionar aos jovens.

Depois que cada candidato expôs a plataforma de governo, foi aberto o espaço para perguntas dos estudantes, professores e o público em geral. Wank Medrado falou sobre geração de trabalho, renda e defendeu o estímulo à cultura regional da cidade, a qual, segundo ele, não vem sendo lembrada pelos outros candidatos. Além disso, criticou duramente o atual quadro político-administrativo da cidade.

Uma das perguntas direcionada ao candidato Isaac da Juago foi sobre infra-estrutura, relacionada à drenagem da água, tanto na periferia quanto no centro da cidade, nos períodos chuvosos.

O candidato defendeu a diminuição de despesas de custeio da administração para que os serviços melhorem. Também falou sobre a necessidade de desenvolvimento econômico para que a cidade tenha mais recursos.

Roberto Carlos foi questionado sobre políticas direcionadas para a qualidade de vida dos jovens. O candidato falou sobre a necessidade de se articularem políticas de cultura, esporte e lazer nos bairros, especialmente na periferia, para prevenir o surgimento de problemas de saúde e violência.

O candidato Isaac teve que se ausentar mais cedo por conta de uma entrevista que ele iria participar numa televisão local. Cada um teve um minuto e trinta segundos para suas considerações. Todos defenderam seus respectivos projetos de governo como solução para cidade de Juazeiro. Aplausos e “coro” encerraram o evento que proporcionou um momento de exercício democrático entre candidatos e eleitores.

Fotos 1o dia




Democracia apesar de ...1

Jota Menezes e Diego Alcantara

Durante 30 anos o Brasil perdeu o costume do debate franco entre os que representam o poder político ou almejam representá-lo e a população. Com o regime militar a partir de 1964 o diálogo entre os membros de uma comunidade era feito "às escondidas" e com medo de serem taxados como subversivos ou traidores da pátria. Encontros públicos abertos, só em grandes passeatas como a dos cem mil no Rio de Janeiro, usada depois pela ditadura para justificar perseguições.

No fim da década de 1980 com o Movimento Diretas Já, a população voltava a compreender o valor e a necessidade do debate. Passados quase 2 anos do evento que marcou o país, os debates se tornaram de novo ponto de partida para a governança.

Hoje não só os veículos de comunicação os realizam. As instituições aprenderam que democracia não é apenas uma palavra do meio político que já foi banalizada, mas ela pertence ao cidadão que elege os representantes dos governos. Seria impensado realizar uma coletiva como a que aconteceu na UNEB, dias 21 e 22 de agosto há anos atrás.

Isso prova que tudo é ainda muito recente na jovem democracia brasileira e o debate ou a coletiva são sinais claros de uma mudança de rumos que deve ser aperfeiçoada para a transformação da sociedade, sonho do povo brasileiro.

Tudo deve começar mesmo na escola. Um debate numa universidade e realizado por um curso de comunicação social, abre perspectivas de esperanças num país que ainda não se acostumou plenamente com a democratização.

É preciso então levar esse debate ao povo, orientando-o sobre o verdadeiro papel do cidadão na transformação da sociedade. Na medida em que essa compreensão vai se alargando, diminui a tendência por governos assistencialistas, populistas e corruptos que atrasam o país e prejudicam o exercício da cidadania.

Democracia apesar de ...2

Jota Menezes e Diego Alcantara

No primeiro dia da coletiva no auditório da UNEB, compareceu apenas a candidata Pedrina do PSOL. Os outros convidados para o dia, Joseph Bandeira (PT) e Misael Aguilar(PMDB) enviaram justificativas (só tomamos conhecimento verbalmente no dia).

Mesmo com a ausência dos dois, o evento não se esvaziou, ao contrário, o público foi aumentando e no final da entrevista o número de estudantes era o dobro de quando a entrevista começou. No segundo dia com a presença dos três candidatos Wank Medrado (PRP), Izac da Juagro (PCdoB) e Roberto Carlos(PDT), o auditório ficou tomado. Esse é um reflexo de que "política" não é mais entendido pela população apenas como "coisa chata".

Aos poucos não só a opinião pública, mas o conjunto da sociedade vai compreendendo que o papel do homem público é muito sério e mais importante do que "politicagem", pura e simples. As manifestações de satisfação dos estudantes eram freqüentes durante a coletiva. Naquele momento eles se sentiam potencializados como participantes legitimos da democracia.

Exerciam o direito à cidadania, à liberdade de expressão e não numa situação inversa, verticalizada, característica comum nos regimes de exceção como ocorreu no Brasil durante "os anos de chumbo" ou numa "democracia distorcida", como ainda ocorre nos países em que políticos se apoderam do poder para "legislar em causa própria", ignorando totalmente o seu papel público.

No primeiro dia da entrevista coletiva, a candidata Pedrina respondeu a todas as perguntas, exceto as que não estavam assinadas, e essa é uma outra questão que deve ser analisada. A transparência não deve ser apenas começo, mas meio e fim na condução "da coisa pública". Não se deve conceber mais " a chamada cultura da razão cínica" em que as pessoas tentam justificar os fins com meios nem sempre transparentes.

A Lei de Responsabilidade Fiscal foi um primeiro grande passo para o combate a corrupção e a mau versação dos recursos públicos, o trabalho feito pelo Tribunal Superior Eleitoral, não só de conscientização, mas de fiscalização também colaborou com esse processo de mudança que corrige a postura dos candidatos e dos eleitores.

O que ocorreu no país, é que os políticos, os meios de comunicação, a ignorância dos eleitores e a inexperiência da Justiça Eleitoral deram margem para eventos como os "showmícios" e outros abusos como a panfletagem e a poluição sonora nos períodos de eleição.

Agora está tudo mais tranqüilo e ordenado e a tendência é que melhore mais ainda. No entanto o Brasil terá que trilhar um caminho ainda longo que passa não só pelos esforços do TSE, das instituições, dos meios de comunicação, mas, sobretudo exige algo mais estrutural que é a melhoria do nosso sistema educacional e como conseqüência do senso crítico da população.

Ataque

A candidato a prefeitura de Juazeiro, Wank Medrado (PRP), não perdeu oportunidade de atacar seus concorrentes políticos. A cada pergunta feita pela platéia tentava sempre direcionar a resposta para algum erro que seu concorrente cometia. O senhor Wank deve ter esquecido que uma das regras do evento era não "agredir" nas respostas os adversários.

Por Ecliz Rodrigues

Ops!

Retificando: o candidato Roberto Carlos (PDT) já tem grau superior. Ele acabou de concluir o curso de Geografia pela Faculdade de Formação de Professores de Petrolina (UPE), no primeiro semestre de 2008. No entanto, cabe ressaltar que o perfil dele foi enviado à comissão do evento por sua própria assessoria. Deslize ou falta de conhecimento do fato?

Por Jaquelline Nascimento

Chamar atenção

“Aqui! Aqui..” Foi dessa forma que uma das entrevistadoras buscou chamar a atenção da candidata Pedrina Maria (PSOL) no primeiro dia da coletiva (20).
Ao invés de prestar atenção no questionamento feito pela platéia, Pedrina olhava com aspecto de “assustada” para o seu assessor como se questionasse “estou me saindo bem?

Por Jaquelline Nascimento