Jota Menezes e Diego Alcantara
Durante 30 anos o Brasil perdeu o costume do debate franco entre os que representam o poder político ou almejam representá-lo e a população. Com o regime militar a partir de 1964 o diálogo entre os membros de uma comunidade era feito "às escondidas" e com medo de serem taxados como subversivos ou traidores da pátria. Encontros públicos abertos, só em grandes passeatas como a dos cem mil no Rio de Janeiro, usada depois pela ditadura para justificar perseguições.
No fim da década de 1980 com o Movimento Diretas Já, a população voltava a compreender o valor e a necessidade do debate. Passados quase 2 anos do evento que marcou o país, os debates se tornaram de novo ponto de partida para a governança.
Hoje não só os veículos de comunicação os realizam. As instituições aprenderam que democracia não é apenas uma palavra do meio político que já foi banalizada, mas ela pertence ao cidadão que elege os representantes dos governos. Seria impensado realizar uma coletiva como a que aconteceu na UNEB, dias 21 e 22 de agosto há anos atrás.
Isso prova que tudo é ainda muito recente na jovem democracia brasileira e o debate ou a coletiva são sinais claros de uma mudança de rumos que deve ser aperfeiçoada para a transformação da sociedade, sonho do povo brasileiro.
Tudo deve começar mesmo na escola. Um debate numa universidade e realizado por um curso de comunicação social, abre perspectivas de esperanças num país que ainda não se acostumou plenamente com a democratização.
É preciso então levar esse debate ao povo, orientando-o sobre o verdadeiro papel do cidadão na transformação da sociedade. Na medida em que essa compreensão vai se alargando, diminui a tendência por governos assistencialistas, populistas e corruptos que atrasam o país e prejudicam o exercício da cidadania.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
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Um comentário:
Parabéns Jota! Texto muito bom de ler!
A contextualização histórica que você apresenta, na minha opinião, enriqueceu muito esse blog.
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